Porto Quijarro - Santa Cruz de la Sierra ...Trem da Morte ...

Algumas pessoas dizem que o Trêm da Morte é uma coisa horrível, que é no calor insuportável do Pantanal Boliviano ... que tem pessoas de todos os tipos ... que mosquitos te mordem o tempo inteiro ... que comidas dão diarréia .... então, elas estão todas certas!

Começando do começo ... fui pro Hostel e lá fiquei, depois da janta, dormi um monte depois das mais de 22hs de viagem até Corumbá ... recuperado no dia seguinte, conheci 3 israelenses que estavam no hostel, combinamos de ir juntos para Porto Quijarro rachando o taxi.



Kakiko e os israelenses rachando o taxi pra fronteira.

Chegando na fronteira, uma coisa louca, akela indiarada, muita sujeira, barro, um paraguayzão típico, só que mais pobre, bem mais pobre.



Fronteira Brasil-Bolívia.

Carimbei meu passaporte, e nesse momento o Polícia da aduana boliviana disse que não deixaria passar os Israelenses, pois eles não tinham carimbado a saída do Brasil, assim, perderam o trêm e tiveram que ficar mais uma noite em Corumbá. Coisas da vida ... fiz meu Câmbio, peguei meus primeiros Bolivianos (B$) e parti para a Estação de Quijarro em um taxi muito loco ... era um carro normal de passeio. Lá não existe fiscalização, se vc tem um carro ou uma moto, pode fazer frete de pessoas pra onde quiser... mas mesmo assim, o cara me levou certinho lá pra estação. Lá não tive muito o que fazer e o jeito foi aguardar o trem, que partiria 12h45h (la eh 2 horas a menos que no Brasil).

Na fila do trem, lembrei de comprar a água, a coisa mais importante da viajem, uma vez dentro do trem, instalado no meu assento, conheci os vizinhos, o Miguel, de lisboa e a sua amiga, (Eu e Miguel compramos água juntos) e meu vizinho de assento, Ken, de Michigan ... Conversamos muito em inglês .. muito mesmo!



Ken e Kakiko no Trem da Morte.

E fiquei feliz por ele me entender e a comunicação acontecer! Foi ótimo para treinar e ver que posso me virar em qualquer canto do mundo! Pra ajudar nas coincidências, um mesmo cara que veio de Campo Grande no mesmo ônibus que eu para Corumbá, estava também do mesmo vagão. Só então conversamos e vi que o cara era parceiro, um cara fenomenal! Carlos, Cuzquenho que estava passeando no Brasil e eh do ramo de esportes de aventura. Conhece tudo do Machu Pichhu e Cusco!

Como Carlos eh praticamente um nativo, ele que aconselhou eu e o Ken para o que comer durante o trajeto, vc não acredita nas coisas que vc vê... A cada parada do trêm, crianças invadem o trem vendendo pratos feitos com arroz e frango ... higiene zero, mas todos os nativos comem e lambem os dedos! Imagine as mulheres entrando com um balde de limonada e servindo mergulhando os copos no balde e entregando pra galera ... e muitas outras coisas que só vendo mesmo. Comi tipo de um Espetinho de carne, com arroz e aipim ... estava ótimo!!!



Kakiko e o espetinho Boliviano.

A noite chega, o trêm balança... (manja que quando eu digo balança, as vezes pensava que o trem iria descarrilar) ... os solavancos são muito fortes! Mas Deus cuida! ... cada vilarejo que o trêm para ... a mesma coisa, Limonada! Agua Fria, Coca Cola ... E como tomam Coca cola!!!! Ainda comentei com o Ken ... The Worldwide Drink...! Mesmo assim, dormi bem e o travisseiro inflável fez mais uma vez a diferença!

Amanhece ... acompanhamos no mapa pra ver aonde estamos ... os vilarejos não estão no mapa!!! Depois o tiozinho que confere os bilhetes fala pra gente que tem mais 20 min ... parece um sonho! Chegamos ...Descemos no Bimodal.



Terminal Bimodal de Santa Cruz de la Sierra.

Carlos se enrrola pra pegar a sua Bike que veio no vagão de carga ... não consegue devido a desorganização ...

Precisamos de um Banho Urgente! Achamos um chuveiro do outro lado da rodoviaria ... Fomos lá ... Banho frio!!! Mas tudo bem ... o que importava era só o banho!!!

Sobrevivemos ao trem da morte! Uma experiência inesquecível e que realmente sem ela a viagem não seria completa!